Videoclipe: 5 Pra 1, ‘Bombastic’

#RapBRASILEIRO
Assista ao clipe da música “Bombastic“, do grupo de rap 5 PRA 1. O som faz parte do disco EP “Kush e as Garotas” (ouça abaixo). O filme tem direção de Toddy Ivon e produção de Juju Denden.

Videoclipe: Shawn The Savage Kid, ‘Aus Prinzip’

IMG2Confira o videoclipe da música “Aus Prinzip“, do rapper alemão SHAWN THE SAVAGE KID. O som faz parte da mixtape, de mesmo nome, disponível em streaming (abaixo) e download.

Resenha: Wu-Tang, ‘A Better Tomorrow’

IMGA comovente saga de RZA pelo passado

POR: FELIPE SCHMIDT

Esqueça o ritmo e a poesia. Pense numa situação que você provavelmente já passou: o reencontro com antigos amigos, que de tão distantes viraram estranhos. Lembre do constrangimento da falta de assunto, de perceber que o tempo cobrou seu preço, e o entrosamento sumiu, apesar da boa vontade de ambas as partes. Mais do que a música em si, é disso que, no fundo, se trata “A Better Tomorrow“, o novo álbum do Wu-Tang Clan: a eterna saga de RZA para reviver dias que não voltam, reativar amizades que se deterioraram.

RZA sempre foi o líder do Wu. É dele o plano de dominação mundial que funcionou nos primeiros cinco anos de carreira. Todos os álbuns clássicos do grupo e seus membros saíram com a produção e chancela do Abbott. Ele é também, claramente, o mais empolgado – talvez o único – com o grupo. Em uma entrevista à Rolling Stone gringa, deu dicas preciosas para se entender este novo disco, aquele que seria o último do coletivo, que viria para fechar com chave de ouro a trajetória da galera de Shaolin.

Na entrevista, RZA diz que teve de pagar dinheiro adiantado a Raekwon, exigência do amigo para participar do álbum – Rae não negou, mas ressaltou que suas reservas em relação ao projeto não eram apenas financeiras. Admite que se meteu até nas letras dos rappers, tentando direcioná-los para o que ele queria em certas faixas. Não é difícil imaginar por que é tão difícil uma reunião pacífica dos nove generais do Wu: como fazer com que artistas consagrados voltem a baixar a cabeça para o antigo líder?

Isso fica claro desde a primeira faixa. Às vezes, chega a ser triste, comovente. RZA é quem traz mais energia para as faixas. Method Man, Masta Killa, Cappadonna e U-God também parecem animados. GZA está numa espécie de esquizofrenia rapeira: mergulha fundo no universo científico, sua nova obsessão, e quase todos seus versos, com a costumeira qualidade, são construídos com metáforas deste tema. Inspectah Deck, Raekwon e Ghostface Killah? Surgem de vez em quando, fazem seu trabalho com correção e pronto.

Incansável na missão de reviver o Wu, RZA se equilibra numa busca pela paz e alfinetadas durante todo o disco. Em “Ruckus in B Minor”, diz a Raekwon que “os tempos ruins estão para trás de nós“; em “Crushed Egos”, que ironicamente divide com Rae, avisa no refrão que “egos são algo que o Wu esmaga”; no refrão estilo música da Disney de “Miracle” está a maior indireta, proferida, desta vez, pelo cantor Nathaniel: “Se um milagre pudesse nos salvar da farsa em que nos tornamos / se milhões de filhos se unissem como um só, nós iríamos vencer“. A rigor, a faixa é sobre os problemas do mundo, mas o Wu é tão grande que se tornou um mini resumo do nosso planeta.

Grande parte das queixas dos próprios membros em relação a RZA diz respeito ao estilo de produção. O produtor fala sobre isso na tal entrevista. Em um momento, explica que aprendeu a escrever as músicas, não depende só de samples. Isso é visto no álbum: ele tenta manter o peso tradicional do Wu, mas incorpora novos elementos, coloca detalhes em cada verso, bebe do soul tanto quanto do eletrônico.

Não dá para dizer que RZA falhou em sua cruzada. Dadas as circunstâncias, “A Better Tomorrow” supera bastante as expectativas. Mas a sensação de que os nove rappers estão ali de maneira um pouco forçada permeia todo o álbum. São amigos que há muito não se viam e, graças à insistência de um deles, decidiram fazer uma reunião. O gelo não foi totalmente quebrado, os ressentimentos ainda precisam ser superados, mas eles se esforçaram para fazer parecer natural. Talvez se Ol’Dirty Bastard estivesse vivo, a tarefa seria mais fácil.

E há a ironia entre a busca pela química do passado e o título referente ao futuro. RZA sabe que era preciso ir lá atrás resgatar o entrosamento para fazer com que “A Better Tomorrow” pudesse ter, de fato, um amanhã melhor. Esta é a grande questão do álbum. O sacrifício do reencontro valeu a pena? Foi suficiente para este disco continuar sendo ouvido daqui a cinco anos? Os velhos amigos tentarão novamente ou, como nós em algum momento, vão desistir e aceitar que o tempo, esse deus poderosíssimo, controla tudo ao redor de nós?

[+] Ouça três faixas do álbum “A Better Tomorrow”

B-Boys: A History of Breakdance

#Documentário – A história da dança de rua contada por mestres B-Boys.

Via ARTE Creative

Quarenta anos depois do seu nascimento, no bairro do Bronx, em Nova York, o documentário “B-Boys – A história do breakdancing” relembra os momentos épicos da dança de rua, cuja influência agora se estende por todo o mundo. Uma série de 9 capítulos, realizada por Marc-Aurèle Vecchione e produzida pela Resistance Films, com aparições de Mr. Freeze, Doze Green, Mr. Freeze e Crazy Legs (Rock Steady Crew), Benji (Division Alpha), Junior (Wanted Posse),  Mounir (Vagabond Crew), Storm (Battle Squad) e Hong 10 (Drifterz).

Confira os primeiros oito capítulos. É só dar o play, viajar no tempo e conhecer a rica história!

Parte 1: Rock Steady Crew – As Origens

Parte 2: Rock Steady Crew – A História

Parte 3: Rock Steady Crew – A Fama

Parte 4: Storm – A Escola Européia

Parte 4bis: Storm – Uma Tour por Berlin

Parte 5: Benji – O Estilo Flexível

Parte 6: Graffitidance – Junior/Orel

Parte 7: Movimentos B-Boy com Mounir

Parte 8: Hong 10 – O jeito Coreano

Videoclipe: Ogi, ‘Trindade’

#RapBRASILEIRO
Confira o videoclipe de animação da música “Trindade“, do rapper paulista RODRIGO OGI. O som tem produção de Nave. A produção do filme é de Alois Di Leo, com ilustrações de Kadu Doy, Felipe Yung, Marcelo Santos.

Opinião: Blogs do movimento

Pedro

‘Que evoluam e criem uma alternativa que não passe pela simples cópia do que já está estabelecido’

Ela sai às 19h, mas fica até às 21h para aproveitar o computador ninja da empresa. Nossa amiga precisa terminar de editar uma galeria de fotos para colocar num post sobre o evento de rap que rolou no centro de São Paulo. Entre um café e outro, ela consegue dar um “migué” no gerente e conclui seu trabalho. Tudo estará em seu blog logo mais. Uma hora e meia de baldeações em linhas do Metrô, da CTPM e, finalmente, a lotação a espera. Agora são apenas alguns minutos que a separam de sua casa e do sorriso de seu filho.

Ele relembra momentos embaraçosos na época em que esteve num grande evento de Hip Hop na capital. A assessoria concedeu vinte minutos para registrar os bastidores do show de um grupo de rap norte-americano. O que o blogueiro não esperava: ao terminar o seu tempo, foi brutalmente expulso por dois seguranças da respeitável casa de espetáculos. Sua câmera caiu, quase quebrou, mas o post estava na web no dia seguinte.

Ela fica triste ao saber que os próprios membros do hip hop dão risada quando lêem em seu perfil no Facebook que ela é editora do blog tal. Como ela, diversos integrantes da nossa confusa mídia alternativa preferem colocar suas atividades relacionadas ao movimento hip hop em seus perfis nas redes. O emprego ‘formal’ fica em segundo plano.

Ele e ela têm amigos em comum. Um desses camaradas é um grande agitador cultural que, com ou sem verba, realiza eventos semanais que envolvem o hip hop e até outras áreas que ele nem domina, mas tem a ajuda de outras pessoas que se inspiram sua iniciativa.

São profissionais de diferentes frentes que dedicam parte do dia ao que amam. Apesar de todos os seus defeitos e vícios de trabalho, os comunicadores e agitadores culturais do hip hop disseminam sons, vídeos, releases, notícias, shows e mantém muitas pessoas conectadas aos principais lançamentos. Seja via web, seja no palco de algum canto da cidade.

Os princípios do hip hop valorizam esse tipo de serviço: o trabalho de base. Os princípios do mercado não. Outros valores são impostos para a sobrevivência no mundo dos “vencedores”.

O rap está crescendo a cada dia, muitas organizações estão de olho nesse crescimento e começando a lucrar (a busca é pela grana ou influência política). Os símbolos do hip hop estão espalhados nos quatro elementos, mas temos que admitir que bebidas caras e carrões também são os símbolos que mais são divulgados no rap.

Nessa mistura de cifras, contratos, aspirações políticas, militância e indiferença, estão ele, ela e outros que, mesmo sendo desprezados por um grande número de artistas e produtores, insistem em trabalhar pelo hip hop. Não são prioridade para uma grande parcela dos artistas, sabem que não dá pra disputar com o poder da grande mídia, mas não param, mesmo sabendo que o mercado diz não. Estão buscando parcerias, profissionalização, crescimento.

Blogueiros são essenciais para o nosso hip hop. Que cresçam e não deixem de lado a experiência deste presente, que evoluam e criem uma alternativa que não passe pela simples cópia do que já está estabelecido.

Doc: B-Boys: A History of Breaking Pt.1

#Documentário
Confira o primeiro episódio do documentário “B-Boys: A History of Breaking“, que conta a história da dança de rua (B-Boying/Breaking) sob a perspectiva dos integrantes da ROCK STEADY CREW, de Nova York/EUA.