Enézimo lança novo álbum. Ouça e baixe!

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Ouça o álbum completo “Nem Sempre é Óbvio… É Necessário Inteligência“, do rapper paulista ENÉZIMO. O disco tem produção de DJ NATO PK (Pau-de-dá-em-Doido).

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Single: ‘Rap DF’, VéiOeste

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O Bairrista, DabliW, Byzu e Rafinha, artistas do DF, formam o coletivo VéiOeste. O grupo manda sua ideia no som ‘Rap DF’, num beat de RAPadura Xique Chico. “A proposta é agregar mais pessoas no coletivo. O disco pode sair em 2015”, afirma O Bairrista.

Sem seguir a popular linha “bass” da região do DF, o coletivo VéiOeste traz uma produção diferenciada, cheia de grooves que remetem aos padrões da velha escola. “Na verdade, muita gente faz som nessa pegada aqui no DF, mas que não se propaga com tanta facilidade e muitos artistas antigos daqui tinham pegadas, levadas diferentes e a gente veio com uma proposta de agrupar tudo isso. Nossa influência é a velha escola do Rap do DF, e todo o aprendizado que adquirimos com o rap brasileiro”, conclui O Bairrista.

Lançamento: Fábio Emecê, ‘Dias de Luta Vol.2’

CapaDias de Luta Vol. 2‘ é o mais recente trabalho de FÁBIO EMECÊ, poeta, professor, militante, MC e colaborador do Bocada Forte.

Mantendo sua lente na história feita por baixo, que não o tem glamour dos mais destacados no capitalismo, a teimosia de Fábio Emecê alimenta uma resistência sonora e temática que muitos querem ignorar.

Com beats de Vanone Rappman, Matheus MT e DoisL, Emecê apresenta seu rap cortante. A cena vai prestar atenção? Os meninos e meninas do new rap e festinhas descoladas vão carregar seus smartphones com os sons do ‘Dias de Luta Vol. 2’? Não sabemos, mas já dá pra afirmar: quem perde é quem prefere se manter distante da realidade, que acaba nos alcançando em algum trecho do espaço e tempo.

O disco segue a proposta de combate do selo e coletivo Faixa de Gazah, o volume 3 está em fase de construção. Mais ideia forte vem aí. Não quer ouvir? O azar é todo seu.

#NovosSamples: Cicerone MC

Na cena desde 2002, CICERONE MC lançou recentemente o disco “Assim que Gosto, Assim que Faço, Assim q é” . Cicerone também participou da “A Mema Fita Mixada”, mixtape do rapper Neto Mema Fita, gravada no Estúdio BF, com produção executiva do Espaço Comunidade.

O MC foi destaque nos programas Representa PE e Favela News. Cicerone prepara um novo disco para 2015. Confira o single “Trabalho sério“, uma parceria com V-Rep.

Videoclipe: Anexos, ‘Músicas belas’

#RapBRASILEIRO
Assista ao videoclipe da música “Músicas belas“, da dupla gaúcha ANEXOS, formado pelos MCs de Novo Hamburgo/RS, W.A e Xien. O som tem produção de RdG. O filme tem direção e produção de Julian Eduardo.

5 Casas de Hip Hop na Cidade de São Paulo

O Fórum Hip Hop Municipal de São Paulo continua em sua luta para expandir a cultura de rua na capital. Criado em 2005 para ser um canal entre membros do hip hop e as administrações públicas de diferentes instâncias, Fórum Hip Hop Municipal promove debates, eventos e, principalmente, cobra políticas públicas para os jovens negros e pobres da periferia.

O integrantes do Fórum são conhecidos por trabalhos como a Semana de Hip Hop, que pode até ser transformada no Mês do Hip Hop. A campanha contra o genocídio da juventude negra também é um dos principais trabalhos. Recentemente, sua militância conseguiu emplacar o Prêmio Sabotage.

Abaixo, você pode conferir o vídeo da Campanha 5 Casas de Hip Hop na Cidade de SP, a mais nova luta do Fórum Hip Hop Municipal de São Paulo.

Contextos: A fusão de Alcalde

Emerson Alcalde durante a  Copa do Mundo de Poesia, na França.
Emerson Alcalde durante a Copa do Mundo de Poesia, na França.

Do hip hop ao fluxo, poeta propõe diálogo entre culturas periféricas

Como dizem os mais velhos, EMERSON ALCALDE é cria do hip hop. Envolvido nas movimentações dos saraus dos subúrbios e competições internacionais, como a Copa do Mundo de Poesia (França), sua veia de agitador cultural e mediador criou uma experência inusitada: o poeta iniciou uma aproximação com o funk para expandir seu campo de ação. Num movimento contrário aos padrões e estratégias de marketing e oportunismo, Alcalde não foi buscar alianças com artistas consagrados para ganhar ibope.

O slammer da periferia de São Paulo, que também está na correria para divulgar seu CD de poesias, trilhou o caminho inverso: acolheu a molecada que curte o pancadão em seus eventos. Não poderíamos esperar algo diferente vindo de uma pessoa que valoriza a palavra. Emerson Alcalde escolheu o diálogo, mas pagou um preço caro por isso. Muitos integrantes do hip hop criticaram a proposta.

O poeta posa para foto ao lado de Caique Frozone,  um dos campeões da Batalha do Passinho do Romano.
O poeta posa para foto ao lado de Caique Frozone, um dos campeões da Batalha do Passinho do Romano.

Tudo começou quando o poeta foi convidado para ser coordenador de projetos do CEU Três Pontes, localizado no Jardim Romano. No início, Alcalde promoveu eventos ligados apenas ao hip hop, entretanto, não conseguiu levar um grande público ao espaço.

Numa de suas tentativas, depois de algum tempo trabalhando no CEU, Emerson viu um garoto dançando de maneira um tanto diferente. Curioso, foi perguntar ao dançarino o que era aquilo. “Cheguei no moleque e disse: o que você está fazendo? Ele disse: é o passinho do romano”, relembra.

“Todo mundo conhecia conhecia esse passinho, já estava em vários lugares do Brasil”. De acordo com o que contaram ao poeta, tudo começou tudo ali perto, no Jardim Romano, com um cara chamado Magrão, mano que misturava em sua dança o pancadão, hip hop, forró. “Todo mundo ria”, conta.

Duas gerações, dois estilos. Hip hop encontra a galera do fluxo.
Duas gerações, dois estilos. Hip hop encontra a galera do fluxo.

“Magrão acabou morrendo num acidente de moto. Como homenagem, a molecada me contou que começou a dançar como Magrão. A dança invadiu as redes sociais e até hoje vemos a garotada no mesmo pique do romano”.

Essa movimentação fez com que Alcalde iniciasse uma conversa com os adeptos do pancadão. Desse encontro surgiu a Batalha do Passinho do Romano, evento que, depois de quatro eliminatórias, teve sua disputa final no dia 13 de dezembro, no CEU Três Pontes. Os vencedores foram Caique Fraone, na categoria adulto, e Matheus Albuquerque, na infantil.

Com representantes dos elementos hip hop no corpo de jurados, que também tinha uma professora de balé e um coordenador de esporte, Alcalde enfrentou uma enxurrada de críticas, mas hoje celebra o sucesso do evento que acolheu a molecada acostumada ao pancadão que rola nos fluxos e apresentou o conhecimento tão falado e valorizado pela cultura de rua.

B.boy Banks, artista que, juntamente Todyone, apoiou a ideia de Emerson Alcalde. Assista ao vídeo.

“Quando tive a ideia de fazer a batalha, fui ouvir algumas músicas do estilo funk pancadão. Eram músicas pesadas, cheias de palavrão. Não poderia rolar isso numa escola. Então procurei umas duas ou três mais suaves e algumas instrumentais. Inspirado na cena do Rio de Janeiro, criei a Batalha do Passinho do Romano”, conta o poeta.

Emerson Alcalde espalhou cartazes pelo bairro, mas não imaginava que iria lotar o CEU no primeiro dia do evento. Para manter a troca de experiências, Alcalde misturou exibição curta-metragens, poesia e, finalmente, a batalha.

O que o poeta também não previu foi a desconfiança do pessoal do rap, que pensou que o pancadão tomaria o espaço do canto falado. Outro problema enfrentado por Emerson Alcalde e sua equipe foi a rejeição de uma grande parte do movimento. “Muitos disseram que iríamos sujar a imagem do hip hop”, relembra. A discussão reverberou nas redes sociais, grande parte dos comentários era contra o diálogo entre a galera do fluxo e os integrantes do hip hop.

No sábado (13/12), logo após a final da Batalha do Passinho do Romano, Alcalde disse que valeu a pena enfrentar os mais furiosos e desconfiados. Hoje, o poeta afirma que conseguiu apresentar o hip hop aos jovens do pancadão. “Ver esta periferia, o extremo leste, lotando o teatro e ouvindo um poema marginal, um rapper consciente, um b.boy explicando e apresentando a cultura hip hop, isso foi extremamente gratificante. Foi pra isso que criei este evento”, afirma sem nenhum tom professoral, mas com a certeza de quem cumpriu sua missão.