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Diomedes e Baco escancararam duas faces reais do rap brasileiro. O ‘Sulicídio’ foi uma verdadeira voadora no muro do eixo Rio-SP.

Crescemos ouvindo os grandes rappers que compõe o eixo, mas a expansão do rap atingiu também o norte-nordeste, uma geração foda vem se destacando e ganhando espaço por aqui e ficam às margens do cenário nacional.

Não há como tocar no dedo da ferida dessa centralização do rap, simplesmente de forma passiva, nesse sentido, é compreensivo o peso da mensagem. Polêmico, agressivo, pesado, necessário e preconceituoso. Essas são as melhores definições que encontrei para resumir esse som.

“Não é comendo traveco que se vira fenômeno”
“Cês fazem rap para comer fã
Meu Rap é agressivo, mandei algumas fãs soropositivo pro seu camarim”.

O que não se pode acontecer, é que aceitemos um “vale-tudo” dentro do rap, para se inserir no “game”. Apesar da ideia forte do som, ele apenas refletiu as características de uma nova geração que surge – principalmente no eixo – e que vem ganhando espaço e os rappers do país inteiro sequer questionam e simplesmente jogam do mesmo jogo.

Do caralho o rap do nordeste tacar pedra no muro do eixo, desde que isso não custe um discurso tão simplista e preconceituoso quanto o que já vem sendo propagado. A cara é entrar no jogo? Então que mudem as regras!

Pelo que parece, esse “game” tá se resumindo em naturalizar a misoginia, com o machismo escancarado e sem nenhuma preocupação para além dos versos. Na real, se tornou um jogo de egos e de quem manda a rima mais “foda”, custe o que custar.

 

 

Publicado por Geysson Santos

Nordestino, Estudante de Ciências Sociais, Rapper Militante e Colaborador do Bocada Forte.

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