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Por Yara Morais

Bocada Forte: Voltando ao início da carreira, na primeira formação do RZO, como o Rap surgiu na sua vida?
Sandrão: Comecei desde os 11 anos, amando a música black através Sugarhill Funk. Aos 13, já conhecia as noites mais pesadas de São Paulo. Com 15 anos, já tinha meu próprio rap gangster, feito em cima de uma música, um cântico de samba que só rolava nos fundos de celas da antiga Febem. Aos 16, conheci o Helião e curti muito suas composições. Por fim, ele me disse que o vocal virava e, assim, começamos nós dois o RZO, com um radinho velho de pilha e fita cassete, a caminho dos shows.

Bocada Forte: Qual a diferença de bagagem musical da primeira formação do grupo, para a formação atual (da volta)?
Sandrão:
Super importante para nós. Acho que aprendemos muito no Hip Hop e, nossos amigos manos e minas de antes, são professores hoje. O movimento como um todo tem aprendido, temos um grande alicerce do rap com novos cineastas, produtores e cantores. É uma estrutura de anos pra podermos começar a fazer algo realmente expressivo. Acredito nesses tempos como um todo no Brasil em geral.

Bocada Forte: Que fato mais pesou para essa volta?
Sandrão:
O carinho das pessoas que curtem e o amor pelo rap.

Bocada Forte: Existe entre vocês um certo receio ou apreensão em relação aos novos Raps que estão compondo? Afinal, o sucesso da volta do RZO mostrou a força e a atualidade das músicas antigas do grupo.
Sandrão:
Acho realmente que somos os habitantes daqui e que devemos, sim, sempre buscar as melhores evoluções para nós em todos os sentidos, como também na musica. E por que não no rap?!? Desde que componha de uma boa mensagem e o som adequado, nada impede que curtamos os de outros que também tenham o dom.

Bocada Forte: Acham que o impacto numa nova cena com um novo público e manter parte do público formado nos anos 1990 é um imenso desafio?
Sandrão:
Na real, achar que público novo é a nova cena não é um desafio a se conquistar no caso do RZO, pois nós já somos ícones da história do rap. Nós mesmos, com outros, formamos toda essa nova geração. Eles são nosso público e nossa aposta de vida. Nós os amamos e trabalhamos pela nova geração. Temos uma grande rede e projetos entrelaçados para manter a família e a posição do rap no mercado.

Bocada Forte: Qual o seu maior ídolo, tanto na vida, quanto dos palcos?
Sandrão:
Com certeza, o meu padrinho no Wu Brasil, o Raekwon, chefe do Wu Tang Clan.

Publicado por Yara Morais

Jornalista. Pós-graduada em Ciência Política. Mãe do Yohann e fruto de Cuba.

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