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Tempos sombrios, é o tempo em que vivemos. Uma profunda crise política sendo arrastada também por uma crise econômica. Um plano de governo que não deu certo e foi trocado através de um golpe parlamentar… No meio de todos esses ataques onde está o hip hop?

Há um levante reacionário emergindo em todo país. Hoje mesmo foi aprovada a ‘PEC do Fim do Mundo‘, além disso, os resultados eleitorais refletem essa dura realidade que se aproxima (ou que estamos vivendo?). A esquerda brasileira está perdida entre toda a conjuntura e não consegue se localizar nessa disputa de consciência. O curioso disso, é que ao mesmo tempo em que a direita avança, percebe-se que há uma necessidade de reorganização nos quilombos periféricos. Sou otimista. Acredito que a crise de representatividade fez com que as periferias passassem a criar seus próprios quadros de representações.

Mas será que podemos dizer que o hip hop está sendo vanguarda dessa tentativa de organização das periferias? O fenômeno que rolou na década de 90 na cultura periférica, nos deu um grande ensinamento: O hip hop é mais que um movimento cultural, o hip hop é um polo político da periferia.

Não simplesmente um polo político qualquer, o hip hop é capaz de carregar um peso anti-capitalista, que reflete diretamente nas relações da juventude periférica. Basta saber usá-lo. É importante, porém, fazer essa afirmação partindo da compreensão que estamos falando de um movimento plural. Nem todos que o compõem estão dispostos a utilizá-lo como uma “arma de guerra”.

A atual situação do país exige respostas e posicionamentos firmes de todos nós, que dedicamos nossas vidas para construção de uma nova sociedade e utilizamos o hip hop como um instrumento para tal. Para isto, precisamos descer dos palcos e voltar para as ruas. É a partir das ações diretas que poderemos frear essa avalanche de golpes que o pilantra do Temer planeja para nós.

São tempos sombrios, irmãos e irmãs. Não temos tempo a perder. Reorganizar para resistir!

 

Publicado por Geysson Santos

Nordestino, Estudante de Ciências Sociais, Rapper Militante e Colaborador do Bocada Forte.

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